Meu caderno On line

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Inez Nerez

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Texto de redação




Meados do século XIV foi uma época marcada por muita dor, sofrimento e mortes na Europa. A Peste Bubônica, que foi apelidada pelo povo de Peste Negra, matou cerca de um terço da população europeia. A doença mortal não escolhia vítimas. Reis, príncipes, senhores feudais, artesãos, servos, padres, entre outros foram pegos pela peste..Nos porões dos navios de comércio, que vinham do Oriente, entre os anos de 1346 e 1352, chegavam milhares de ratos. Esses roedores encontraram nas cidades europeias um ambiente favorável, pois estas possuíam condições precárias de higiene. O esgoto corria a céu aberto, e o lixo acumulava-se nas ruas. Esses ratos estavam contaminados com a bactéria Pasteurella Pestis. Os ratos também morriam da doença, e, quando isto acontecia, as pulgas, através da picada, passavam rapidamente para os humanos para obterem seu alimento, o sangue.

Doente, a pessoa começava a apresentar vários sintomas: primeiro apareciam, nas axilas, virilhas e pescoço, vários bubos (bolhas) de pus e sangue. Em seguida, vinham os vômitos e a febre alta, em questão de dias os doentes morriam. Vale lembrar que, para piorar a situação, a Igreja Católica opunha-se ao desenvolvimento científico e farmacológico. Os poucos que tentavam desenvolver remédios eram perseguidos e condenados à morte, acusados de bruxaria. Os mais pobres eram enterrados em valas comuns, apenas enrolados em panos. “As pessoas se interrogavam: De onde vinha o mal? É a cólera de Deus?” (DUBY, Georges. 1988, p. 110).

O preconceito com a doença era tão grande que os doentes eram, muitas vezes, abandonados, pela própria família, nas fl orestas ou em locais afastados. A doença foi sendo controlada no fi nal do século XIV, com a adoção de medidas higiênicas nas cidades medievais.




A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi sufi ciente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: “As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas fi cavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fi m do mundo.” (Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle.In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações). 

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que: 
a) o fl agelo da Peste Negra foi associado ao fi m dos tempos. 
b) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico. 
c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identifi cáveis. 
d) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste. 
e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelofato de os cadáveres não serem enterrados.



Solução comentada: O aluno deverá ser capaz de entender que a Peste Negra aconteceu em vários momentos, na Europa. Os médicos que buscavam a cura das vítimas à base de vitaminas não permitiam a sangria dos doentes. Além disso, aconselhavam as famílias a queimarem seus entes queridos, a fim de evitar a disseminação da doença, passando assim a sofrerem perseguição da Igreja. A peste atingiu indiscriminadamente todas as classes sociais. A memória de Agnolo di Tura revela que o medo da morte era corrente. Assim, para a mentalidade da época, seria o 
fi nal dos tempos.






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